segunda-feira, 26 de julho de 2010

Vídeo sobre deficiência e HIV - Africa do Sul

Caros amigos, Repassamos a indicação da Rosangela Berman Bieler sobre um vídeo que aborda o tema da Deficiência e do HIV/aids. É da África do Sul, tem 22 minutos e é narrado em inglês.
O vídeo conta as histórias de quatro pessoas com deficiência que se reúnem para um evento de afirmação da vida em Oribi George em África do Sul. O filme aborda as relações entre o ser com deficiência e HIV positivo e as experências no acesso aos serviços de HIV, a reabilitação e a informação sobre HIV. http://www.heard.org.za/multimedia/stepping-into-the-unknown

sábado, 10 de julho de 2010

Depoimento de uma “Jurássica” por Mina Regen

Costumo dizer, brincando, que me considero “jurássica”, quer pelo DNA (Data de Nascimento Antiga); quer por estar casada com o mesmo homem, a quem conheci aos meus 14 anos de idade; quer por nunca ter beijado outro homem, e, mesmo assim, considerar-me feliz e realizada; quer por ainda exercer uma profissão muito pouco valorizada, a Assistência Social, através da qual tenho vivenciado experiências incríveis e que me fizeram crescer como ser humano!
E é sobre uma dessas experiências, que tem ocorrido neste início de milênio, a que me refiro neste depoimento. Nada como voltar ao passado para melhor entender o presente!
No início de minha carreira como Assistente Social, toda a minha formação foi na área da deficiência intelectual, à época denominada deficiência mental. Era uma época em que mães de crianças com autismo eram chamadas de “mães geladeiras” e pais de crianças com deficiência mental eram considerados “neuróticos” e incapazes de educar seus filhos. Porém tive a felicidade de trabalhar ao lado de especialistas de várias áreas, em diversos setores da entidade, em equipes multidisciplinares que discutiam semanalmente os casos avaliados para se chegar a um diagnóstico e encaminhamento, geralmente sob a responsabilidade das Assistentes Sociais. Graças a esta dinâmica, adquiri conhecimentos e uma visão muito ampla, que me permitiu, posteriormente, criar programas inovadores e alçar vôos nunca antes imaginados!
Desde meados da década de 60 a entidade oferecia estágio para médicos que quisessem se especializar em neurologia e psiquiatria infantil, recebendo inclusive profissionais de outros estados. Recebemos um médico que veio do Amazonas com toda a família e que pouco depois foi contratado pela instituição. No final da década de 70, este psiquiatra, um profissional com P maiúsculo, atencioso, prestativo, a quem recorríamos em busca de auxílio quer para atendimento a alguma criança ou a seus pais, apareceu com sintomas estranhos. Ouvia-se pelos corredores um zum-zum-zum! Ele faltava com frequência, emagreceu muito e começou a apresentar umas feridas estranhas na pele! Quase nada se conhecia sobre o que lhe estava acontecendo, ou como a aids era transmitida, motivo pelo qual não tive a coragem de me aproximar ou visitá-lo. Creio que poucos colegas o fizeram. Afastou-se silenciosamente e silenciosamente faleceu, deixando uma jovem esposa e dois filhos pequenos!
A minha vida pessoal e profissional continuou, com grandes mudanças: filhos crescendo, saindo de casa, morando em outros países, casando e me dando netos; saída da instituição, trabalhando em vários projetos voltados ao novo paradigma da inclusão na área das deficiências; e todo esse episódio estava meio esquecido, até que Marta Gil, do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas convidou-me para participar de projetos sobre o tema da interface entre deficiência e aids, juntamente com Fernanda Sodelli.
Esses projetos me permitiram conhecer melhor o universo de pessoas que vivem com HIV/aids, como Beto Volpe, Bia Pacheco, Cida Lemos e outros grandes ativistas que lutam por melhores condições de vida para todas as pessoas vivendo com aids, algumas delas já com deficiência causada por doença oportunista ou em conseqüência dos antiretrovirais. Também possibilitaram a minha aproximação com populações contra as quais tinha algum preconceito, como travestis, transexuais, bem como travar conhecimento com profissionais dedicados nessa área, como Marcos Veltri, Mariana Benny, Caio Westin, Érika Pisaneschi, Andréa Duarte Lins, Ivana Drummond, Marta e Solange do CTA Dr. Sérgio Arouca, e tantos outros que lidam cotidianamente oferecendo acolhimento e apoio a essas pessoas! Agradeço a todos eles pelos novos conhecimentos adquiridos e pelas emoções vivenciadas com suas falas e atitudes! Enfim, sinto que a participação nessa nova área, antes desconhecida, permitiu que me redimisse ante meu amigo, por não ter lhe oferecido um apoio quando mais necessitava! Mina Regen (minaregen@uol.com.br)
Descrição da imagem: Foto de Mina Regen (ao centro) junto com jovens no Evento de João Pessoa.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

ONU vai estudar relação entre Aids e leis, Nova York, 02/07/2010

Comissão do PNUD e do UNAIDS avaliará casos de vários países para verificar como legislação pode ajudar ou dificultar controle da doença - da PrimaPagina
O PNUD e o UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre Aids) formaram uma comissão que vai estudar a relação entre legislação e combate ao vírus HIV. O objetivo da Comissão Global sobre HIV e Lei é aprofundar a compreensão sobre como a legislação pode ajudar ou mesmo dificultar o controle da enfermidade, que ainda é a principal causa de morte por doença infecciosa no mundo, de acordo com o Relatório 2010 dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Para tanto, o grupo terá a participação de especialistas em políticas públicas, direitos humanos e legislação de várias partes do mundo. Eles vão dar suas opiniões a respeito do assunto e também ouvir as comunidades de imunodeficientes de vários países para saber como a legislação pode oferecer melhores condições de prevenção e tratamento. “Há muito foi reconhecido que as leis são uma parte crítica de qualquer tipo de resposta ao HIV, seja no aspecto formal, na aplicação da lei ou no acesso à Justiça”, afirma uma nota do PNUD sobre o assunto. “Tudo isso pode ajudar a determinar se as pessoas que vivem com o HIV ou são afetadas por ele podem ter acesso aos serviços, protegeram a si mesmo, e viverem vidas completas com dignidade”.
Cerca de 30 anos após o início da epidemia, cerca de 4 milhões de pessoas estão recebendo tratamento. Uma redução de 17% no número de novas infecções entre 2001 e 2008 sugere que a epidemia já tenha ultrapassado seu ponto mais alto. No entanto, o PNUD estima que 106 países ainda tenham em sua legislação algum tipo de obstáculo para a prevenção e o tratamento da doença. Há casos em que a lei criminaliza os soropositivos, desencorajando as pessoas a fazerem o exame, o que pode elevar o número de infectados. A criminalização de homossexuais, usuários de droga e da prostituição desprotege a proteção de grupos com alto risco de contração da doença. Em alguns países, leis que falham em proteger mulheres do estupro dentro e fora do casamento aumentam a vulnerabilidade delas ao HIV.
Por outro lado, há inúmeros exemplos de como a lei pode contribuir positivamente para a vida dessas pessoas, como direito universal ao tratamento, a proibição da discriminação aos soropositivos no trabalho, na escola e no serviço militar. Os trabalhos da comissão durarão 18 meses. As recomendações do grupo serão anunciadas em dezembro de 2011.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Quando o silêncio fala ( Abuso sexual na familia) - video produzido pela Rádio Margarida em parceria com a Childhood Brasil

O vídeo Quando o Silêncio Fala, que faz parte da série Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, produzido pela Rádio Margarida em parceria com a Childhood Brasil (Instituto WCF-Brasil), retrata o drama de uma adolescente que sofre abuso sexual dentro de sua própria casa. Para aprender ainda mais sobre o tema, em breve você poderá assistir também a vídeoaula, que contém informações importantes sobre abuso sexual. Essa ferramenta serve como apoio didático para que, aliado a história contada no vídeo, educadores e técnicos sociais possam tratar sobre o tema, em salas de aula, instituições ou comunidades.